Ensino na França entra em greve contra demissão de professores
Os sindicatos de professores da França convocaram para esta terça-feira uma greve que afeta tanto os centros públicos como os privados, em protesto pela redução do número de mestres e em um ambiente de descontentamento pelos resultados dos alunos.
O principal ponto que reuniu nesta greve centrais sindicais consideradas de esquerda e outras de direita, apoiadas pelas principais associações de pais de alunos, é o projeto de orçamento do Estado para 2012, que prevê a eliminação de 14 mil professores no próximo ano.
Com esse corte, que se concretiza no projeto de orçamentos que o governo apresentará oficialmente amanhã, a diminuição do número de professores durante a atual legislatura, iniciada em 2007, se aproximará de 70 mil.
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Eric Cabanis/France Presse |
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Participantes de protestos na França levam cartazes e bandeiras contra demissão de professores |
Os sindicatos baseiam seu protesto nos números da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), segundo os quais a França é um dos países com mais alunos por professor: 24,5 de média no ensino médio, acima dos 23,7 do registrados na organização.
Os professores de centros privados se queixam de que com a situação atual não há a possibilidade de substituir um professor quando este se encontra ausente e que em muitas ocasiões é preciso suspender as aulas, em particular em áreas rurais.
O líder de uma das principais associações de pais de alunos, a FCPE, Jean-Jacques Hazan, ressaltou que já é possível observar os efeitos das 52 mil supressões produzidas desde o início do mandato do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Segundo o governo, quando entre 1980 e 1995 aconteceu um aumento do número de professores no país não houve paralelamente uma melhora dos resultados dos alunos, que são relativamente baixos de acordo com o diagnóstico da OCDE.
DA EFE, EM PARIS