Autoridades da Liga Árabe, que agrega países da região, vão se reunir na terça-feira com representantes de grupos da Síria que fazem oposição ao ditador Bashar Assad, disse neste domingo o secretário-geral do grupo.
Nabil Elaraby, contudo, afirmou que é muito cedo para que a Liga Árabe considere reconhecer a oposição Síria como autoridade legítima, após a suspensão do governo de Assad do grupo no sábado.
Ontem, a organização alertou ainda que vai impor sanções econômicas e políticas contra a Síria até que termine a repressão, e pediu aos outros 21 Estados membros que retirem seus embaixadores do país.
Respondendo a perguntas numa coletiva de imprensa, Elaraby disse: “O reconhecimento deles como governo? Talvez seja um pouco prematuro discutir isso”.
A Síria está pedindo um encontro emergencial entre os chefes de Estado da Liga Árabe para discutir a suspensão do país do grupo, disse a TV estatal do país, um dia após a Liga suspender a Síria por sua repressão a protestos pró-democracia.
Atribuindo a informação a uma autoridade do governo, a TV estatal informou que o objetivo do encontro seria discutir as “repercussões negativas do mal-estar na situação (da Liga) Árabe”.
Forças de segurança atiraram e mataram quatro pessoas que gritavam palavras de ordem contra o presidente sírio, Bashar Assad, num rali organizado por autoridades na cidade de Hama neste domingo para mostrar a raiva popular sobre a decisão da Liga Árabe, segundo ativistas locais.
Segundo a ONU, mais de 3.500 pessoas já morreram nos conflitos desde março.
Autoridades sírias culpam “terroristas” e militantes islâmicos com apoio estrangeiro pela violência e dizem que 1.100 soldados e policias foram mortos.
Muzaffar Salman/Associated Press | ||
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Manifestantes a favor do governo de Assad foram às ruas em Damasco contra decisão da Liga Árabe |
MANIFESTAÇÃO
Milhares de manifestantes saíram neste domingo às ruas de diversas cidades da Síria para apoiar o regime do ditador Bashar Assad e contestar a resolução da Liga Árabe de suspender a participação do país no organismo.
Em Damasco, vários homens –entre eles, alguns com uniforme militar–, mulheres e estudantes se manifestaram para denunciar o que consideram uma resolução ilegal da Liga Árabe e uma conspiração contra a Síria.
Os participantes do protesto levavam fotografias de Assad e bandeiras sírias, enquanto cantavam lemas em apoio ao líder. “Mantenha a luta, herói, e lhe daremos nosso apoio, Assad”, gritava o adolescente Said Salama, sentado nos ombros de um companheiro de protesto.
Outro dos manifestantes, Mohammed, um estudante universitário de 23 anos, levava um cartaz que dizia: “Siga com tuas reformas, Assad, e estaremos por trás de ti, sempre”.
A grande mobilização forçou a interdição do trânsito e o fechamento de várias lojas no centro da capital.
ATAQUES
Em Damasco, multidões armadas com porretes e facões, leais a Assad, reagiram à suspensão atacando a embaixada da Arábia Saudita.
O embaixador havia retornado a Riad em agosto, quando o país criticou a repressão aos protestos contrários ao regime.
Os consulados da França e da Turquia em Latakia também foram vandalizados.
DA REUTERS
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