Uma carta aberta em defesa da atuação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) assinada por cerca de 200 ONGs, ligadas principalmente à área dos direitos humanos, será divulgada nesta terça-feira (31) e enviada nos próximos dias ao STF (Supremo Tribunal Federal).
No documento, as entidades pedem transparência ao Judiciário e defendem a prerrogativa do CNJ de investigar os tribunais e magistrados.
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O assunto está sob polêmica desde o final do ano passado, quando o ministro Marco Aurélio, do STF, concedeu decisão liminar limitando o poder do CNJ. Nesta quarta, o plenário do STF deve julgar a os poderes de investigação do CNJ.
“A tentativa de esvaziamento das funções da corregedoria do CNJ sinaliza para o passado e para o distanciamento entre magistratura e sociedade. A volta para o modelo de corregedorias locais significa, na prática, regredir para uma cultura e estrutura administrativa de notória ineficácia, sem credibilidade social”, diz a carta.
As entidades que encabeçam o documento são a JusDH (Articulação, Justiça e Direitos Humanos) e a Terra de Direitos.
Entre as entidades que assinam está o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a Abong (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais) e a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
Há ainda cerca de 200 pessoas físicas que também apoiam a carta. Entre os nomes estão o jurista Fábio Konder Comparato e o sociólogo Emir Sader.
A carta será entregue tanto ao STF como a outros órgãos, como o próprio CNJ, PGR (Procuradoria-Geral da República) e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Um ato público programado para hoje na OAB, em Brasília, marcará a entrega.
Com a Folha.com