O presidente italiano, George Napolitano, antecipou nesta quarta-feira que as medidas exigidas à Itália pela União Europeia serão aprovadas “em poucos dias” e que, em seguida, o premiê Silvio Berlusconi deverá renunciar.
Napolitano informou, em comunicado, que os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, junto com a oposição e a maioria governamental, concordaram em submeter “em poucos dias” a votação da lei que contém as medidas exigidas pela União Europeia para garantir a estabilidade financeira e reduzir a enorme dívida pública do país, que atualmente corresponde a 120% do PIB (€ 1,9 bilhões).
Napolitano anunciou que não existe “incerteza” alguma sobre a renúncia de Berlusconi, anunciada na véspera, a qual será apresentada assim que as medidas forem aprovadas, o que deve acontecer antes de domingo, segundo fontes parlamentares.
“Ante a pressão dos mercados financeiros sobre os títulos do Estado italiano, que chegou a níveis alarmantes, há que se dissipar todo equívoco ou incompreensão”, anunciou Napolitano, preocupado com a alta da nota de risco do país, que disparou nesta quarta-feira para 555 pontos, alcançando um nível recorde.
Mario De Renzis/Efe | ||
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George Napolitano participa de cerimônia no palácio de Quirinale, em Roma, após anúncio da demissão do premiê |
O presidente afirmou ainda que na Itália não haverá um “prolongado período” de inatividade governamental ou parlamentar, depois que a incerteza no mercado secundário levou os bônus italianos a dez anos a superar nesta quarta a barreira dos 7% de rentabilidade.
“Imediatamente e com rapidez serão consultadas as partes para solucionar a crise e portanto em breve será formado um novo governo ou se dissolverá o Parlamento para dar início a uma campanha eleitoral que terá que ser celebrada também em um prazo curto”, diz a nota da Presidência.
O anúncio da renúncia de Silvio Berlusconi, feito na terça-feira em meio à tormenta econômica que atinge a zona do euro gerou nesta quarta um clima de incerteza política na Itália e não conseguiu acalmar a desconfiança dos mercados.
VOTO DE CONFIANÇA
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou nesta quarta que o pacote de medidas econômicas para diminuir o deficit público do país não devem passar por um voto de confiança no Parlamento.
“Conversei com o presidente da República [Georgie Napolitano] para que, junto com os presidentes da Câmara [dos Deputados, Gianfranco Fini] e do Senado [Renato Schifani] peça a aceleração dos trabalhos de aprovação”, informou o premiê.
Berlusconi também disse que fará um apelo à oposição para que aprove as medidas, chamadas de Lei de Estabilidade e que reúnem recomendações da União Europeia.
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS