O embaixador da Rússia na ONU (Organização das Nações Unidas), Vitali Churkin, afirmou nesta quarta-feira que o país vetará no Conselho de Segurança qualquer projeto de resolução sobre a Síria que considere “inaceitável”.
“Não autorizaremos nenhum texto que consideremos errôneo e que conduziria a um agravamento do conflito. Não permitiremos sua adoção e dizemos isso claramente a nossos colegas”, declarou o representante russo.
Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores do país, Gennady Gatilov, disse que continuam as negociações na ONU e que não haverá voto nos próximos dias.
REAÇÕES
O chanceler da França, Alain Juppé, classificou a declaração russa de “menos negativa” que os anúncios anteriores.
“Pela primeira vez a atitude da Rússia e dos Brics é menos negativa. Desgraçadamente, até agora, a ameaça de um veto da Rússia e a hostilidade dos Brics bloqueou o Conselho de Segurança”.
Juppé afirmou que os países que participam do conselho seguirão trabalhando para encontrar uma solução para resolver a questão na Síria.
GUERRA CIVIL
Na terça (31), Gatilov disse que a tentativa de fazer com que o Conselho de Segurança da ONU adote uma resolução contra o regime sírio significa dar um “passo em direção à guerra civil”.
O chanceler francês, Alain Juppé, o primeiro-ministro britânico, David Cameron e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, cobraram do Conselho de Segurança uma saída para a violência na Síria. Já a Casa Branca disse que a renúncia do ditador Bashar Assad era “inevitável”.
O chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby, pediu aos 15 países membros que apoiem o plano de paz ao conflito sírio proposto pela organização pan-árabe, no qual apela para o ditador renunciar. A Rússia, porém, já ameaçou vetar tal resolução.
Os esforços franceses e britânicos buscam substituir uma proposta russa que algumas delegações ocidentais consideram ser muito confortável para Assad e pouco relevante à luz das recentes propostas da Liga Árabe.
A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança, disse na semana passada a resolução árabe era inaceitável e que o órgão deveria ouvir diretamente a missão da Liga Árabe enviada à Síria antes de discutir o assunto.
Segundo a agência de notícias Reuters, a proposta de resolução pede uma “transição política” na Síria, mas não defende sanções na ONU contra Damasco. O documento alerta, porém, que “novas medidas” poderiam ser adotadas contra o regime caso os termos da resolução não fossem cumpridos.
Na segunda (30), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou em comunicado que o regime sírio estava disposto a iniciar em Moscou um diálogo informal com a oposição.
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS